O
atual governador Ibaneis fez sua campanha eleitoral afirmando que a educação
seria prioridade em seu governo. No entanto, o que se tem visto nos dias atuais
é um verdadeiro descaso com a educação pública.
Na
R.A. de São Sebastião, por exemplo, há 15 anos não se constrói uma nova
escola de Ensino Fundamental, sendo que atualmente é uma das regiões que mais cresce no DF. As salas
de aulas estão extremamente lotadas e atualmente há um prédio alugado pelo
governo que atende estudantes do Ensino Fundamental 2, mas sem estrutura
adequada, pois não possui quadra esportiva, o pátio é pequeno para a demanda de
estudantes com a ausência de demais espaços importantes para uma escola.
Em
relação a Educação Especial/ Inclusiva, o descaso tem sido desumano. Os
estudantes pertencentes as turmas DMUs(Deficiências Mútiplas),estavam em “casos
omissos” pela Secretaria, pois várias turmas foram fechadas, e esses estudantes
foram incluídos em turmas DI(Deficiência Intelectual), sendo que para a turma
DMU é obrigatórios somente dois alunos. Já no ano de 2023 a Secretaria de
Educação resolveu fechar muitas salas de turmas DI e de TEA (Transtorno do
Espectro Autista) e resolveu incluir estudantes laudados em turmas regulares,
sem sequer reduzir o número de alunos por sala na maioria das vezes.
Vale
lembrar que em alguns casos é importante a inclusão de estudantes laudados em
turmas regulares, contanto que esteja apto, mas em outros casos, o estudante
precisa de um atendimento mais individualizado para que aprenda de acordo com
suas necessidades e adaptações.
O
professor regente das turmas regulares com estudante incluso é o responsável por
elaborar as atividades adaptadas, mas com a demanda das salas lotadas e a falta
de apoio e formação, o processo de ensino-aprendizagem do estudante incluso
acaba sendo prejudicado. É necessário uma equipe multidisciplinar para auxiliar
os professores no processo de ensino-aprendizagem desses estudantes.
Na
Regional de São Sebastião, há algumas salas vazias que antes funcionavam turmas
de alunos TEA e DI. Salas essas que estão equipadas com muitos materiais.
Enquanto isso, os estudantes laudados estão inclusos em salas lotadas tendo seu
desenvolvimento pedagógico prejudicado.
A
maioria dos casos de mudança de turmas dos estudantes de Classes Especiais,
foram feitas sem consulta as famílias e sem o aval de professores e coordenação
pedagógica. Simplesmente foi uma decisão tomada “de cima pra baixo” pela
Secretaria.
O
Núcleo de Educação Especial das Regionais de Ensino, conta com uma equipe
bastante reduzida, sendo insuficiente para atender as demandas de estudantes
laudados.
O
atual governo não tem a educação como prioridade e também vem negligenciando a
Educação Especial/Inclusiva. É de extrema importante que toda a sociedade, a
categoria e o sindicato, lutem por uma educação inclusiva digna e com todos os
recursos necessários. É uma questão de Direitos Humanos, pois os estudantes com
alguma deficiência ou transtorno têm o direito a uma educação pautada nas suas
necessidades.
Karla Ramalho
Pedagoga/Psicopedagoga
Professora - SEDF