O Programa Universidade para
Todos (PROUNI), completou 10 anos em 2015. Criado pelo governo Lula em seu
primeiro mandado, o programa foi alvo de críticas, mas se consolidou e hoje é
preciso considerá-lo como uma política pública que deu certo. Os principais argumentos eram que o governo estava dando
subsídios às faculdades particulares, deixando de investir em universidades
públicas. No entanto, é preciso analisar o contexto da época, antes de fazer
críticas sem embasamento.
Quando Lula assumiu a
presidência, o número de universidades públicas era bem menor em relação aos
dias atuais. No governo Fernando Henrique Cardoso, o investimento em universidades foi nitidamente inferior, comparado
ao número de universidades construídas no governo Lula e Dilma. No governo
petista foram construídas 18 universidades e muito mais investimento em
extensão universitária, enquanto no governo FHC, nenhuma universidade federal
foi construída.
As
críticas negativas feitas ao ProUni, foram
superadas com resultados positivos para o Brasil, pois atualmente, o número de
jovens no ensino superior é muito maior do que há dez anos atrás. Segundo o Censo,
em 2013 houve em média 7,3 milhões de matrículas no ensino superior. Importante
ressaltar que 55, 5% das matrículas foram feitas por mulheres. Outro fator importante de ressaltar é que na
última eleição para presidente, o número de eleitores com ensino superior, foi
maior que o número de eleitores analfabetos.
O ProUni também inovou
por utilizar como critério de avaliação o ENEM(Exame Nacional do Ensino Médio)
que antes servia só para avaliação da qualidade do ensino médio no Brasil e na
época, encontrava-se defasado e ao longo
do tempo, dentre falhas e contradições, o Enem sofreu adaptações e hoje é um
dos principais meios de acesso ao ensino superior, não só particular, mas
também, público. Adotado como sistema de entrada no ensino superior em diversas
universidades públicas, inclusive a Universidade de Brasília(UnB).
É preciso ter
consciência de que toda política pública assim que implementada, sofre críticas
que devem ser levadas em conta para que a mesma sofra adaptações de acordo com
o contexto e mudanças sociais. Com o ProUni não foi diferente. Ela foi uma
política pública bastante criticada e
hoje, encontra-se consolidada. É preciso ter consciência que todo investimento
em educação, principalmente em educação publica, não são imediatos e em sua
maioria, demoram anos para se ter os resultados positivos(ou não) dos
investimentos.
Nos dias de hoje se ver
o resultado dessa política pública e que gerou também as cotas sociais nas
universidades, o SISU e a reformulação do FIES. Hoje o ensino superior pode ser uma opção para o
jovem de baixa renda e não mais um
sonho distante. Desta forma, se quebra a hegemonia de que só os ricos têm
acesso e assim mantendo “status quo” social de opressão e desigualdade. Nos dias atuais, um jovem de
periferia, tem a opção de fazer o ensino superior.
Explicando porque de
fato o ProUni é uma ação afirmativa, é preciso analisar um jovem de periferia
há dez anos atrás, onde o acesso a universidade pública era quase impossível, o
Ensino Médio encontrava-se defasado(ainda precisa de muitas mudanças). Quais
eram as perspectivas desse jovem que terminava o ensino médio¿ Sem acesso a
universidade pública e sem condições de pagar uma faculdade particular. O que
seria desse jovem¿ O ProUni foi uma política publica de ação afirmativa do
governo Lula que de maneira imediata, colocou esses jovens sem perspectivas no
ensino superior, por isso, foi necessário esse subsídio para as faculdades
particulares e hoje se colhe o resultado disso, com jovens oriundos de
periferias, conquistando melhores empregos, com qualificação e formação e o
acesso a universidade pública cada vez maior, principalmente pelo Enem e pelas
cotas sociais e raciais. Com certeza é uma ação afirmativa que deu e vem dando
certo.
FONTE:
http://www.brasil.gov.br/educacao/2014/09/ensino-superior-registra-mais-de-7-3-milhoes-de-estudantes
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