No
mês passado, a Região Administrativa de São Sebastião, comemorou 26 anos de
existência.
Vinte
seis anos de uma história que precisa
ser recontada e lembrada. Das três fazendas iniciais dessa região, surgiu uma
das regiões administrativas que mais cresce no DF. São Sebastião é uma cidade tão
afetiva, que seu nome foi em homenagem a um dos seus grandes defensores, percursores
e pioneiros, seu Sebastião Areia, ou só Tião Areia, para os íntimos. Pioneiro que tem sua história fincada
nessa terra. Terra, lama, tijolo de tudo, do fundo do rio São Bartolomeu até a
ponta da cruz do Morro da Cruz.
São
Sebastião deixou de ser cidade dormitório, para ser uma cidade que produz.
Produz muito, de tijolo, a cultura. Berço do sarau de periferia, aqui há um
eterno palco, desde o forró pisadinha, até o punk. Perpassando pelo reggae maranhense, samba, sertanejo e lindas quadrilhas juninas que representam
a cidade nesse país a fora.
Uma
das maiores problemáticas da cidade é a questão da violência e a questão
fundiária e uma está bem ligada à outra. Hoje temos um bairro que já está quase
maior que a cidade. Fruto de muita especulação e grilagem de terra, onde muitos
enriqueceram em cima de sonhos daqueles que juntaram tudo para ter o seu pedaço de chão e em pouco tempo viram seus sonhos destruídos por um trator da Agefis.
Deve ser por isso, que a regularização da cidade demora tanto a sair, pois
muitos aproveitadores, ainda têm
interesse em grilar terras por aqui. E quando bairros são formados dessa
maneira, gera falta de planejamento urbano, ausência de segurança pública e escola, não conseguindo atender a demanda da população, piorando assim, a qualidade de vida das
pessoas.
Uma
cidade que vem ganhando proporções gigantescas e que tem ao seu lado um bairro
planejado ,onde o povo quer ser Jardim Botânico, mas consome em São Sebastião,
porque é mais barato, sendo que os serviços públicos para atender a população não
foram ampliados, como: escola, posto de saúde, posto policial e etc.
É uma cidade jovem, onde há poucos espaços de lazer e esporte, fazendo com
que muitos talentos sejam perdidos por aqui.
Quantos skatistas deixaram de praticar por não ter uma pista de skate
decente na cidade? Ou a necessidade de se ter mais de uma... Além da urgência de revitalizar as praças e quadras, fazendo do espaço publico um espaço de
interação, brincadeira, aprendizado, esporte e de vida saudável.
Apesar
de tudo isso, São Sebastião merecia uma festa, sua existência merece ser
celebrada. Cidade do Barro, cidade negra , cidade nordestina, mineira, goiana,
mistura de povos e crenças. Tão poética ,
pois nasceu do barro, assim como ADÃO, mas ela é mulher apesar do nome, A
CIDADE DE SÃO SEBASTIÃO. Obrigada pelo seu abrigo de mãe. Mãe da capital.
Ganhamos com sua existência, perdemos por você não ter sido lembrada com uma festa.
E nem precisava ser festa surpresa!
Obrigada,
SÃO SEBAS!!
Karlinha
Ramalho
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