sábado, 18 de outubro de 2014

Naturalização da Violência


Infelizmente hoje no Brasil, os casos de violência contra as mulheres continuam alarmantes, se tornando algo cada vez mais cotidiano, tanto nos noticiários, como dentro de casa, na rua, com uma amiga ou uma conhecida. Não somente a violência física, mas também a violência simbólica. É muito comum se ouvir a expressão: "Mulher de malandro", "Apanha porque quer" e tantas outras frases machistas. Todo esse tipo de violência é naturalizada por um simples fato: Na sociedade se vive uma relação desigual entre homens e mulheres.E essa relação denomina-se: Machismo. O machismo encontra-se tão intrínseco nas pessoas, que várias formas de violência contra mulher não causam muito espanto social.
Na mídia também as mulheres também são violentadas, pois os corpos feminismos são usados com apelo sexual, as novelas reforçam o lado "frágil" e também, a submissão da mulher , além de reforçarem virilidade dos homens. Nas propagandas, as mulheres são  utilizadas pra vender desde produtos de limpeza à bebida alcoólica.Há uma imposição de padrões de beleza (branca/magra),sendo um bom pretexto para industrias de cosméticos e remédios para emagrecer enriquecerem, além de perpetuar o racismo e a gordofobia.


Outra questão é o prazer feminino que é sempre reprimido. Reprimido porque a mulher sofre preconceito por assumir seus desejos, por não ter medo de assumir seu corpo, de escolher seu parceiro, de falar o que pensa e fazer o que lhe dá prazer. Com isso, percebe-se que quando a mulher se liberta, ela será julgada, e com certeza, levará uma "pedrada" da sociedade, assim como a Geni da música do Chico Buarque: "Joga pedra na Geni! Joga pedra na Geni!Ela é feita pra apanhar! Ela é boa de cuspir! Ela dá pra todo mundo! Maldita Geni!!!!"


Agora um dos fatores mais perversos do machismo na vida das mulheres é a culpabilização. É comum ouvirmos em caso de violência o famoso, "mas", logo depois de alguma agressão, como por exemplo: " Apanhou do marido, MAS fez por onde". "O marido bateu nela, MAS ela o traiu". Geralmente há sempre uma justificativa para a violência e as mulheres em sua maioria são culpabilizadas, por isso. Até mesmo por baixa auto estima e opressão, elas mesmas se culpabilizam por tais violências.Quando uma mulher é agredida, mesmo sendo amparada por lei, ela se sente obrigada a se esconder, a mudar de lugar, sente vergonha e é julgada socialmente.Enquanto a vida do agressor pouco muda. É claro que ele irá responder judicialmente, mas sua vida social não é prejudicada, pois continuará freqüentando os mesmo lugares, a mesma turma de amigos, não precisará se esconder e nem será julgado pelas pessoas.Na maioria dos casos é isso que acontece.
As mulheres não podem ser culpabilizadas e nem julgadas, não podem carregar o fardo físico e psicológico de uma violência, muito pelo contrário, é o homem que tem que carregar tudo isso, é ele que tem que carregar a culpa por sua agressão.

Seguiremos em Marcha!

*Karla Ramalho é professora, poetiza, militante do Partido os Trabalhadores
e da Marcha Mundial das Mulheres no DF

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